FerroFrente reuniu em 11 de fevereiro líderes do setor ferroviário para discutir como promover as iniciativas no Estado de São Paulo
O setor ferroviário brasileiro tem sido palco de diversas iniciativas e discussões recentes sobre sua revitalização e expansão. O governo federal está elaborando um pacote de medidas para modernizar e ampliar a malha ferroviária nacional. Entre as propostas, destaca-se a regulamentação do direito de passagem, permitindo que diferentes empresas utilizem trilhos operacionais por transações privadas, o que pode reduzir o monopólio no transporte de cargas.
Além disso, planeja-se a introdução do “agente de transporte ferroviário de cargas”, figura independente de que poderá operar nos chamados “slots de trilhos”, promovendo uma gestão mais eficiente e competitiva. Outro ponto de destaque é a retomada do bonde norte da Ferrovia Norte-Sul, um trecho de 477 km que conecta Açailândia, no Maranhão, ao porto de Vila do Conde, no Pará, facilitando o escoamento de diversas cargas, incluindo produtos agrícolas e minerais.
Paralelamente, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Infra SA, vinculados ao Ministério dos Transportes, estão colaborando para desenvolver estudos que viabilizem a revitalização de cerca de 10 mil quilômetros de trechos ferroviários previstos para serem retornos por particulares.
A busca iniciativa ampliar a participação ferroviária na matriz de transportes do Brasil, promovendo o desenvolvimento regional e soluções de baixo carbono que reduzam emissões de gases de efeito estufa.
No entanto, os desafios persistem. Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que 56% da malha ferroviária do país tem um fluxo inferior a dois trens por dia, evidenciando a subutilização e a falta de investimentos e manutenção no setor.
Em termos de participação no transporte de cargas, as ferrovias cobrem atualmente 27% do volume transportado no Brasil, com uma malha de 30 mil quilômetros. Estudo da Fundação Dom Cabral indica que há potencial de crescimento, especialmente com investimentos nos próximos anos.
Essas iniciativas e estudos refletem um movimento em direção à revitalização e expansão do transporte ferroviário no Brasil, buscando equilibrar a matriz de transportes e promover soluções mais sustentáveis e eficientes.